Quais são os tipos de poços de água?

1. Poço simples

Também chamado de poço comum, poço caipira, poço raso, cisterna, cacimba ou poço amazonas, é construído de forma manual para captar água do lençol freático, que é o nível mais raso de água subterrânea.

• Características principais:

  • Escavado manualmente.

  • Diâmetro geralmente de 1 metro ou mais.

  • Profundidade de até 25 metros.

  • Baixa vazão (quantidade de água retirada) devido à pouca profundidade.

  • Construção simples e custo baixo.

• Desvantagens:

  • Como capta água de camadas rasas, está mais sujeito a secar em épocas de pouca chuva.

  • Maior risco de contaminação por fossas sépticas, redes de esgoto ou poluição superficial, podendo tornar a água imprópria para consumo humano.

• Observações importantes:

  • Não requer licenciamento ambiental na maioria dos casos.

  • Não é recomendado para áreas urbanas.

  • Existe norma técnica brasileira específica para sua construção e manutenção.

  • Sempre consulte um especialista para definir o melhor local de escavação e avaliar sua viabilidade.

2. Poço tubular profundo

Esse tipo de poço é considerado uma obra de engenharia, sendo necessário licenciamento ou autorização dos órgãos responsáveis para sua construção e uso.

• Características principais:

  • Perfuração de dezenas até 2.000 metros de profundidade.

  • Alta vazão, sendo capaz de atender residências, condomínios, indústrias e agricultura.

  • Capta água de aquíferos mais profundos, com menor risco de contaminação e melhor qualidade.

  • Custo de perfuração e operação mais elevado.

  • Necessita de projeto técnico prévio, incluindo estudo hidrogeológico para identificar o melhor local e profundidade.

• Classificação quanto à pressão da água:

  • Poço semi-artesiano: precisa de bomba para retirar a água, pois não há pressão suficiente para ela subir naturalmente.

  • Poço artesiano: a água está sob pressão natural e jorra sozinha até a superfície, sem necessidade de bomba. O termo “artesiano” vem da região de Artois (ou Artesia), na França, onde os primeiros poços desse tipo foram perfurados.

Classificação quanto ao tipo de rocha ou solo:

1. Poço sedimentar

   • Capta água em camadas de sedimentos como areia e silte.

   • Necessita de revestimento em toda a profundidade para evitar desmoronamentos.

   • Exemplos: poços no Aquífero Guarani (presente no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai) e na Formação São Paulo, na Região Metropolitana de SP.

2. Poço cristalino

   • Perfurado em rochas duras (granitos, gnaisses).

   • A água está armazenada em fraturas ou fissuras das rochas, e não entre grãos como no sedimentar.

   • A produtividade pode ser irregular.

   • Normalmente não precisa de revestimento total, pois a rocha é estável.

   • Recomendável o uso de geofísica (tipo Raio-X do subsolo) para localizar fraturas com água antes da perfuração.

3. Poço misto

   • Capta água em mais de um tipo de aquífero, tanto sedimentar quanto cristalino.

Quando um poço é considerado produtor de água?

Somente após ser perfurado e realizar ensaios de vazão, que determinam quanto de água pode fornecer. Após essa etapa:

• É feito o projeto do sistema de bombeamento, tubulações e reservatórios.

• Somente assim é possível comprar a bomba adequada e planejar a distribuição da água.

Antes da perfuração, todo o trabalho é considerado pesquisa, e existe o risco de não se encontrar água em quantidade suficiente. Por isso, estudos prévios são fundamentais para reduzir esse risco.

Aspectos técnicos e legais importantes

Para garantir a viabilidade, segurança e legalidade do poço, é necessário:

• Realizar estudo hidrogeológico da área.

• Verificar as exigências legais e ambientais do local.

• Definir o melhor ponto de perfuração.

• Desenvolver um projeto básico de perfuração.

• Solicitar um parecer técnico especializado, que irá responder às seguintes questões:

✔️ Vale a pena perfurar?
✔️ Quais são as restrições ou requisitos legais?
✔️ Onde e como fazer a obra?

Conclusão

Ter o acompanhamento de um especialista em hidrogeologia aumenta muito as chances de sucesso do projeto, garantindo:

✅ Água em quantidade e qualidade adequada.
✅ Redução de riscos técnicos e financeiros.
✅ Conformidade legal e ambiental.