Poluição da água subterrânea

Praticamente todas as atividades humanas causam impactos negativos nos ecossistemas, produzindo substâncias, resíduos e efluentes que podem contaminar diferentes compartimentos ambientais, como o ar, a água e o solo. Entre as principais fontes de contaminação do solo e das águas subterrâneas estão vazamentos em dutos e tanques de combustíveis, falhas em processos industriais, problemas no tratamento de efluentes, atividades de mineração, descarte inadequado de resíduos, uso de defensivos agrícolas e acidentes no transporte de substâncias químicas (POMPÉIA, 1996).

Área contaminada é definida como qualquer local ou terreno onde haja poluição ou contaminação comprovada, causada pela presença de substâncias ou resíduos que tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, seja de forma planejada, acidental ou até mesmo natural (CETESB, 2018b).

A ocorrência de áreas contaminadas – tanto do solo quanto da água subterrânea – representa um grave problema ambiental e social. Além de oferecer riscos à saúde pública, pode desvalorizar imóveis e empresas e gerar altos custos, inclusive impactando projetos de obras públicas.

A poluição da água subterrânea ocorre quando substâncias nocivas se infiltram no solo a partir da superfície ou de fontes subterrâneas, contaminando os recursos hídricos. Essa contaminação compromete a qualidade da água, tornando-a imprópria para consumo humano, uso agrícola e processos industriais. É um problema ambiental sério, pois os aquíferos – que abastecem milhões de pessoas com água potável – são difíceis e caros de descontaminar.

Qualquer alteração química, física ou bacteriológica provocada pelo homem na água subterrânea é considerada poluição. Quando essa alteração representa risco à saúde humana ou animal, passa a ser classificada como contaminação.

As atividades humanas geram resíduos que podem ser depositados no solo, lançados em cursos d’água ou liberados na atmosfera, tornando-se potenciais fontes de poluição ou contaminação das águas subterrâneas. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, que concentra um grande número de indústrias, o potencial de ocorrência de acidentes ambientais é alto.

As fontes potenciais de poluição podem ser classificadas conforme sua extensão em:

• Pontuais: de pequena escala e facilmente localizáveis;

• Difusas: dispersas, originadas de várias fontes menores, geralmente sem localização definida.

E conforme sua frequência ao longo do tempo em:

• Permanentes, intermitentes ou acidentais.

Principais Causas da Poluição da Água Subterrânea

• Resíduos industriais: descarte de produtos químicos e efluentes sem tratamento que se infiltram no solo até os aquíferos.

• Poços abandonados ou mal lacrados: permitem a entrada direta de contaminantes nos sistemas subterrâneos.

• Tanques subterrâneos com vazamentos: tanques corroídos ou danificados liberam substâncias tóxicas no solo.

• Atividades agrícolas: uso excessivo de fertilizantes, pesticidas e herbicidas que lixiviam nitratos e produtos químicos para a água subterrânea.

• Escoamento superficial: a água da chuva carrega poluentes de estradas, áreas industriais e agrícolas para as zonas de recarga dos aquíferos.

• Fossas sépticas e resíduos domésticos: sistemas sépticos mal mantidos vazam microrganismos nocivos e produtos químicos.

Impactos da Contaminação

• Riscos à saúde humana: consumo de água contaminada pode causar doenças como cólera, hepatite e câncer.

• Danos aos ecossistemas: poluentes prejudicam ecossistemas aquáticos que dependem da descarga de água subterrânea.

• Custo econômico: altos custos para tratamento da água contaminada e possível esgotamento de fontes seguras de abastecimento.

A Figura 1 ilustra algumas das fontes potenciais de poluição das águas subterrâneas

Figura 1 - Exemplos de fontes potenciais de poluição das águas subterrâneas

Os terrenos contaminados que possuem restrições de uso e necessitam de gerenciamento em áreas urbanas são conhecidos como Brownfields (termo originado nos Estados Unidos, inicialmente usado para áreas industriais e comerciais contaminadas). A revitalização ou recuperação dos Brownfields, permitindo sua reutilização pela sociedade, contribui para a preservação ambiental ao conservar novas áreas verdes (Greenfields), funcionando como um importante fator de sustentabilidade