ECOSSISTEMAS DEPENDENTES DE ÁGUA SUBTERRÂNEA (GDEs)
O que é, interação com as águas subterrâneas e exemplos
Mário Marcelino, Dr.
8/21/20253 min read


ECOSSISTEMAS DEPENDENTES DE ÁGUA SUBTERRÂNEA (GDEs)
Introdução/Definição:
Os Ecossistemas Dependentes de Água Subterrânea (GDEs) são sistemas naturais que dependem diretamente do lençol freático ou do fluxo de aquíferos para sobreviver, manter sua produtividade ecológica e sustentar a biodiversidade. A água subterrânea não apenas garante a sobrevivência das espécies vegetais e animais desses ecossistemas, como também regula processos ecológicos essenciais, como a manutenção de pântanos, rios e lagoas, especialmente em períodos de seca.
O Ciclo da Água Subterrânea:
A água da chuva infiltra-se no solo e nas rochas permeáveis, alimentando os aquíferos (recarregando a água subterrânea). Essa água pode se mover lentamente através do subsolo e emergir naturalmente em nascentes, rios ou lagoas (descarga), fechando o ciclo. Quando o equilíbrio entre recarga e descarga é alterado, seja por extração excessiva ou mudanças climáticas, os ecossistemas que dependem dessa água podem ser severamente impactados.
Importância para o Homem e para a Vida na Terra:
Os GDEs fornecem água potável, irrigação agrícola, suporte à pesca e recreação, além de regular microclimas e conservar a biodiversidade. A escassez de água subterrânea afeta diretamente a disponibilidade de recursos hídricos e a resiliência ambiental, tornando mais vulneráveis as comunidades humanas e a fauna.
TIPOS DE ECOSSISTEMAS DEPENDENTES DE ÁGUA SUBTERRÂNEA (GDEs):
A. Ecossistemas de Pântano em Região Árida
Os ecossistemas de pântano em regiões áridas dependem de aquíferos profundos ou fósseis, que recebem recarga muito limitada. A água subterrânea mantém nascentes e oásis, essenciais para a vegetação e a fauna locais. Quando essa água se torna escassa, ocorre a secagem de nascentes e oásis, resultando em perda de biodiversidade e possível desertificação local. No Brasil, exemplos desse tipo de ecossistema podem ser encontrados em áreas do Semiárido nordestino, como no Sertão de Pernambuco e Ceará, onde a Caatinga depende dessas fontes para sobreviver durante longos períodos de seca.
B. Ecossistemas de Pântano em Região Úmida
Em regiões úmidas, os ecossistemas de pântano dependem de aquíferos multicamadas, com níveis de água subterrânea próximos à superfície. A água mantém áreas alagadas que são vitais para aves, anfíbios e vegetação típica desses ambientes. Quando a disponibilidade de água subterrânea diminui, ocorre redução das áreas alagadas, morte da vegetação aquática e diminuição da fauna associada. O Pantanal Mato-Grossense é um exemplo brasileiro, onde o lençol freático sustenta o ecossistema durante períodos prolongados de estiagem, garantindo a sobrevivência de inúmeras espécies.
C. Ecossistemas Aquáticos de Leito de Rio em Região Úmida
Rios e córregos nos trechos superiores das bacias dependem parcialmente de descargas contínuas de água subterrânea, mantendo o fluxo perene mesmo em períodos de pouca chuva. Essa água garante habitats para peixes, plantas aquáticas e microfauna, permitindo o equilíbrio ecológico. A escassez de água subterrânea pode levar à secagem de trechos de rios durante a estiagem, comprometendo o habitat e a biodiversidade local. Exemplos no Brasil incluem trechos do Rio São Francisco e de rios da Amazônia, que dependem do aporte contínuo de água subterrânea para manter seus ecossistemas aquáticos.
D. Ecossistemas de Lagoa Costeira
As lagoas costeiras formam-se pela mistura de água subterrânea doce com água do mar, criando condições levemente salobras. A água subterrânea mantém níveis estáveis nas lagoas, favorecendo peixes, crustáceos e aves migratórias. Quando a água subterrânea diminui, ocorre aumento da salinização, perda de produtividade biológica e redução da biodiversidade. No Brasil, exemplos incluem lagoas costeiras do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, como a Lagoa de Araruama, onde o equilíbrio entre água doce e salina é essencial para a manutenção do ecossistema.
E. Ecossistemas Terrestres em Região Árida
Ecossistemas terrestres em regiões áridas, como savanas e vegetações de raízes profundas, dependem de lençóis freáticos profundos ou franjas capilares. A água subterrânea permite que essas plantas sobrevivam durante longos períodos de seca, sustentando também a fauna adaptada ao bioma. Se houver escassez de água subterrânea, ocorre a morte da vegetação, perda de habitat e diminuição da biodiversidade. Exemplos brasileiros incluem o Cerrado do Planalto Central e a Caatinga do Nordeste, onde a vegetação de raiz profunda acessa o lençol freático para resistir às condições áridas.
Conclusão:
Os GDEs são essenciais para a manutenção da vida na Terra, tanto para a biodiversidade quanto para os seres humanos. A proteção e o uso sustentável da água subterrânea garantem a resiliência desses ecossistemas frente a mudanças climáticas, exploração excessiva ou degradação ambiental. Sem água subterrânea, muitos ecossistemas secariam, comprometendo a fauna, a flora e os serviços hídricos vitais para a sociedade.
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