COP30
Política Ambiental e Justiça Global: o Desafio de Equilibrar Preservação e Desenvolvimento
Mário Marcelino, Dr.
11/11/20252 min read


Política Ambiental e Justiça Global: o Desafio de Equilibrar Preservação e Desenvolvimento
No momento em que o mundo se volta à COP30, em Belém, torna-se inevitável refletir sobre as políticas ambientais globais — não apenas em termos de metas climáticas, mas também de justiça e equilíbrio entre as nações. Falar de meio ambiente é, inevitavelmente, falar de política. As estratégias refletem a história, os recursos e a economia de cada país.
Um grande equívoco das políticas internacionais está em impor padrões iguais a países desiguais. As metas globais muitas vezes partem da visão de nações já desenvolvidas, que alcançaram conforto e infraestrutura à custa da degradação ambiental. Agora, exigem preservação dos países que ainda lutam para garantir qualidade de vida e desenvolvimento.
O Brasil, como outros países biodiversos, vive essa tensão: de um lado, a pressão pela conservação; de outro, a necessidade legítima de crescer. O desafio é unir preservação e progresso social, evitando que a proteção ambiental se torne barreira ao desenvolvimento.
Modelos distintos, como o pragmatismo econômico de Trump e a agenda ambiental de Marina Silva, mostram extremos. Um privilegia o crescimento e reduz regulações, o outro prioriza a proteção ecológica — ambos necessários, mas insuficientes isoladamente. Proteger sem gerar renda cria resistência social; crescer sem limites ecológicos compromete o futuro.
Pesquisas e debates internacionais apontam para um consenso: não há sustentabilidade sem equidade. Se os países desenvolvidos desejam a preservação dos grandes biomas, devem compensar financeiramente aqueles que os mantêm. Isso requer ampliar financiamento climático, pagamentos por serviços ambientais e transferência tecnológica.
Essa é a essência da justiça climática — reconhecer que todos têm responsabilidade, mas nem todos têm as mesmas condições de agir. O futuro ambiental depende de cooperação, não de imposição.
O fato de o mundo discutir essas divergências já representa um avanço civilizatório. Preservar e desenvolver não são verbos opostos, mas partes da mesma equação. O desafio da COP30 é transformar essa consciência em compromissos reais, equilibrados e justos para todos os povos do planeta.
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