Áreas alagadas
Funções Geológicas e Relevância Ambiental
Mário Marcelino, Dr.
8/5/20252 min read


As áreas úmidas, alagadas e os charcos são ecossistemas vitais que funcionam como zonas de transição entre ambientes terrestres e aquáticos, com o solo saturado de água de forma permanente ou sazonal. Sua importância vai além da ecologia: são verdadeiros sistemas naturais de regulação hídrica, filtragem de poluentes e suporte à biodiversidade, além de desempenharem funções geológicas fundamentais.
Esses ambientes atuam como reguladores naturais do ciclo da água. Funcionam como esponjas que absorvem o excesso de água durante períodos chuvosos, liberando-a gradualmente ao longo do tempo. Isso ajuda a prevenir enchentes, a estabilizar o fluxo de rios e córregos, e a manter o nível dos aquíferos subterrâneos. A presença de turfa e solos orgânicos saturados contribui para o armazenamento de grandes volumes de água, que são liberados lentamente, sustentando os ecossistemas aquáticos mesmo em períodos de estiagem.
Do ponto de vista geológico e ambiental, as áreas úmidas e alagadas também dissipam a energia da água corrente, reduzindo a erosão das margens e minimizando os riscos de inundações a jusante. Além disso, exercem um papel essencial na filtragem da água: vegetação e solos agem como filtros naturais que retêm sedimentos e removem poluentes, melhorando significativamente a qualidade da água. A intensa atividade de microrganismos, especialmente bactérias presentes na turfa e no solo, promove a decomposição de substâncias orgânicas e inorgânicas, purificando a água que chega aos corpos hídricos.
Outro serviço ecossistêmico crucial oferecido por esses ambientes é o armazenamento de carbono. Solos alagados, como os de charcos e pântanos, acumulam matéria orgânica que se decompõe lentamente, fixando grandes quantidades de carbono e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Esses ecossistemas também são fundamentais para a manutenção da biodiversidade. São habitat de inúmeras espécies de fauna e flora, incluindo espécies ameaçadas, aves migratórias, anfíbios, peixes e insetos. Servem como áreas de reprodução, alimentação e abrigo, além de atuarem como corredores ecológicos que facilitam a dispersão genética e o equilíbrio ambiental.
Entre os exemplos mais notáveis no Brasil, destacam-se:
Pantanal: uma das maiores áreas úmidas do mundo, rica em biodiversidade e essencial para a regulação do ciclo hidrológico e conservação ambiental.
Veredas: ecossistemas típicos do Cerrado, importantes para a manutenção de nascentes e para a conectividade ecológica entre diferentes regiões.
Manguezais: ecossistemas costeiros que protegem o litoral contra a erosão, filtram sedimentos e poluentes, e servem de berçário para diversas espécies marinhas e terrestres.
Em resumo, áreas úmidas, alagadas e charcos são muito mais do que simples terrenos encharcados: são sistemas naturais sofisticados que equilibram o clima, regulam a água, armazenam carbono, filtram poluentes e sustentam a vida. Sua conservação é estratégica para a saúde dos ecossistemas e para a segurança hídrica e ambiental das sociedades humanas
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